14/04/2018

O VERDADEIRO ESTADO DA NAÇÃO EM NÚMEROS




Rogério Pires 
Dada a excelente máquina de comunicação do PS, e seus apoiantes desta solução de governo, importa determo-nos um pouco, sobre os números que nos dão a verdadeira situação de Portugal, interna e comparada com a Zona EURO e a União Europeia.

CRESCIMENTO DO PIB em 2017 foi de 2,7%
- Foi no entanto o 14.º país em crescimento do PIB da Zona EURO, tendo apenas 5 países abaixo e o 20.º país da União Europeia com apenas 8 países com pior desempenho.
DÍVIDA PÚBLICA
Em Dez de 2015 Inicio da governação PS era de 231.584 milhões
Em Fevereiro de 2018 situava-se em 246.022 milhões
Portanto tendo CRESCIDO 14.438 milhões.
Ora para quem assumiu o poder com um objectivo, entre outros, de estancar a dívida é um verdadeiro fracasso, fazendo tanta publicidade às amortizações antecipadas ao FMI esquecendo de dizer que pagavam contraindo novos empréstimos e que apenas conseguíamos reduzir os encargos com juros que sendo bom, não era toda a verdade..
CARGA FISCAL EM % DO PIB
Em Dez 2015 situava-se em 34,6%
Em Dez 2017 situava-se em 37%
Convém esclarecer que em 2011 estava em 32,3% e depois do “brutal” aumento de impostos de Vítor Gaspar em Dez de 2015 ficou em 34,6% tendo crescido 2,3% em 4 anos de ajustamento “vulgo TROIKA” e de 2015 a 2017 em apenas 2 anos do tal “alivio fiscal” de Centeno subiu de 34,6% para 37% ou seja mais 2,4% superando Vítor Gaspar.
SALDO DA BALANÇA COMERCIAL
Em 2010 havia um deficit de 7,2%
Em 2015 passou a excedente de 1,8%
Em 2017 manteve exatamente o excedente de 1,8%
Assim entre 2010 e 2015 o saldo da Balança Comercial para além de sair do deficit (-7,2%) para excedente 1,8% cresceu portanto 9% (7,2%+1.8%) e entre 2015 e 2017 o saldo estagnou tendo crescido 0%.contra um crescimento médio de 1,8% ao ano entre 2010 e 2015.

ORÇAMENTO GERAL DO ESTADO
Em 2010 registou-se um deficit de 11,2%
Em 2015 registou-se um deficit de 2,98%
Em 2017 registou-se um deficit de 0,92%
Assim no período de 2010  a 2015 o deficit baixou em 8,22% média anual de 1,64%, enquanto que no período de 2015 a 2017 baixou 2,06%, á média anual de 1,03% inferior ao período anterior.
Resulta ainda que esta redução do deficit, se está a fazer á custa de cativações, verdadeiros cortes que sem sombra de dúvida são austeridade, mas desta feita de esquerda virtuosa, no entendimento deste governo que a aplica, com consequências na degradação das principais funções do Estado a Saúde, Educação, Segurança e Protecção Civil.
CRESCIMENTO DO EMPREGO
Em 2017 o emprego cresceu 3,2% acima da economia que cresceu 2,7%, revelador que Portugal está a crescer no emprego de baixa qualificação, em lugar de aproveitar as novas tecnologias e o efeito da Web Summit, aliás como comprova outro indicador o da percentagem de trabalhadores auferindo apenas o salário mínimo nacional que já atingiu em Dez 2017 os 22% e tendo crescido nestes dois últimos anos.
INDICADORES AVANÇADOS DA ECONOMIA
Indicador Coincidente da actividade
Valor mais alto atingido em Julho 2017 de 3.0
Em Fevereiro de 2018 situava-se em 2.3
Indicador Coincidente do Consumo Privado
Valor mais alto atingido em Julho de 2017 de 2.5
Em Fevereiro de 2018 situava-se em 2.0
Trata-se de dois indicadores avançados da economia, que nos dão a previsão do crescimento futuro da Economia, e que estão em queda consecutiva há vários meses, indicando a desaceleração do crescimento do PIB, como comprovam as previsões da OCDE com 2,2% para 2018 (em linha com o governo) de 1,9% em 2019 e de 1,7% em 2020.
Em resumo ficam aqui alguns números e indicadores da economia, a da verdadeira situação de Portugal e comparação com os parceiros da Zona Euro e da União Europeia, que desmentem a euforia e a narrativa do governo e dos parceiros de coligação PCP e BE. Bem sabemos que de uma forma simplista a economia é a gestão de expectativas e o PS com a sua máquina de comunicação sempre bem oleada, faz o trabalho como ninguém e aproveitando por um lado a falta ou melhor a pouca apetência dos portugueses para estes assuntos, e a boa conjuntura Europeia assim vai fazendo passar a sua versão, mas que os números e sempre os números, desmentem categoricamente.
Fontes: BP, INE, Pordata